Toalha Molhada


Pare de culpar o casamento pelo insucesso do seu relacionamento. Casamento não é o problema. O problema do término não é a terceira pessoa que existiu entre vocês, tampouco, se houve uma. O problema do casamento é o que você pensa que ele significa, porque você acaba transformando-o nisso mesmo. Faça um retrocesso mental e busque o seu parecer sobre o próprio casamento durante o tempo que ele durou. Tenho certeza que na época não o taxava de ruim, ou pelo menos, não o condenava como agora.

Um relacionamento que acabou de forma desafortunada para somente uma das partes é doloroso sempre. Prova disso é quem sofre por uma relação que ainda nem começou direito, quando se está na fase da expectativa. Daí você pode dizer: mas se estivesse casado seria pior. Acredito que isso é uma inverdade. Porque pode ser que estejam namorando há séculos, sem estar sob o mesmo teto, e, de repente, por uma razão qualquer, acabe. Vai sofrer menos a pessoa que namorou 10 anos, 2 anos, 3 anos, da que namorou 20 ou 30? Não! Porque quantificar o significado da relação é uma coisa impossível falando-se de sentimento. Se ainda olha pra trás e vê que perdeu tempo, então reconheça também a sua incapacidade de crescer com o outro, e a sua parcela de colaboração nessa perda.

Me sinto um pouco enraivecida quando alguém diz que não quer casar porque não iria suportar toalha molhada de novo em cima da cama. Puxa! Me desculpe, mas que M..... de casamento foi essa então? Que no fim só significou toalha molhada... Fico estarrecida com isso, me parece que realmente o relacionamento se reduz a aguentar o outro. Com certeza faz parte do dia-a-dia, em qualquer relação interpessoal, um pouco de paciência. Mas quando você começa a criar desculpas para "abichar" o casamento, acho, que na verdade, o que você sente é medo de ser tão completo e se sentir tão feliz e dependente de um amor (e gostar disso), que não quer nem pensar em viver isso novamente, e, por infinitos motivos, vir a perder outra vez, de forma cruel e inesperada, o conto de fadas que pensava viver. Medo de perder o chão de novo.

Daí sim, essa desculpa eu aceito. Que você tenha medo, torna você humano. Que você tente denegrir o casamento com desculpinha esfarrapada, depois de ter passado longos anos adorando a instituição, me parece, no mínimo, recalque.

Não quero dizer com isso, que concordo que casamento seja maravilhoso o tempo inteiro, ou qualquer relação (pobre de quem idealiza isso). Maravilhoso é você não precisar de nenhuma desculpa pra viver intensamente a vida, e estar ao lado de alguém que te permita viver de verdade, e não “morrer” diariamente em uma relação castradora, que te condene à infelicidade. Se ainda não sabe do que estou falando, tenho uma novidade: você tem muito a viver neste aspecto!

Pergunte pra quem é feliz no seu relacionamento (seja casamento, namoro, ficagem ou afins), e verá que existe uma concordância nas leis metafísicas do amor que "a toalha molhada uma hora seca, mas um coração machucado talvez nunca pare de desaguar".

Se seu casamento virou toalha molhada, é uma pena. Mas não condene seu próximo relacionamento a esse peso. Ainda não existe uma fórmula para se terminar um relacionamento sem sofrer. Concordo que o ideal seria aquilo que a gente amaria que acontecesse sempre, "um belo dia os dois resolveram terminar tudo sem se magoar", tenho que rir desse blá-blá-blá, pois até onde eu sei, essa matemática não existe e nem vai existir aonde estiverem duas personalidades diferentes.

E nem isso tudo junto é desculpa pra não se tentar de novo.

Luiza Versamore



4 comentários:

PapoBacana disse...

saudades luiza..feliz 2013 atrasado rsrs.. acabei de postar lá no blog que tenho saudades daquela nossa época boa, uma beijao

Luiza Versamore disse...

OI JÉL!!Quanto tempo minha lindinha! Tb tenho saudade, estou indo agora mesmo ler o que vc postou! Grande beijo pra ti! em Toalha Molhada
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Ricardo Dib disse...

O grande problema do casamento é a crença do "até que a morte os separe", pois quando este acaba fica um imenso espaço para a frustração.
Melhor então ficarmos com Vinícius de Moraes: "que seja eterno enquanto dure".

Luiza Versamore disse...

Então Ricardo, as idealizações a que estamos amarrados nesta vida, acabam por nos escravizar e nos frustar mesmo, isso vale pra muita coisa que acreditamos serem imutáveis. Mas como seres em constante transformação, é um erro esperar que tudo na vida seja estático. O "pra sempre" do casamento, infelizmente, carrega esse peso.
Obrigada por comentar!

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